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15 causas que impedem um casal de engravidar

O sonho de ter um filho não é fácil de realizar para todo mundo. De acordo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, dois em cada dez casais têm alguma dificuldade em reproduzir, por motivos que vão dos físicos, como o avanço da idade, aos psicológicos, a exemplo da ansiedade. "Podemos dizer que 40% dos fatores causadores da infertilidade são provenientes do homem, 40% da mulher e 20% de ambos", diz o ginecologista João Dias Jr., coordenador clínico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade é caracterizada pela ausência de concepção após doze meses de relações sexuais sem a utilização de contraceptivos. "Se depois desse período a gravidez não acontecer, é preciso procurar ajuda médica", diz o urologista Marcelo Vieira, titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Infertilidade não deve ser confundida com esterilidade, uma condição na qual o corpo não é mais capaz de produzir ou excretar gametas (óvulos nas mulheres e espermatozoides nos homens). Nesse cenário, a chance de engravidar é praticamente nula.

Os principais motivos que atrapalham a chegada do filho, no caso das mulheres, são ligados a três grupos de fatores: os tubo-peritoneais (como as infecções pélvicas), os ovulatórios (como a síndrome do ovário policístico) e os uterinos (como os miomas). Entre os homens, um dos mais comuns é a varicole, que consiste na dilatação das veias de drenagem dos testículos. Com os avanços da medicina reprodutiva, há uma luz no fim do túnel para casais com dificuldade de ter filhos — os problemas mais frequentes costumam ser contornados com medicamentos e procedimentos cirúrgicos. "O conselho básico para quem quer engravidar e não tem nenhuma doença aparente ligada à fertilidade é seguir uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos e ficar longe do álcool e do cigarro", diz Dias Jr.

Motivos que dificultam a gravidez

Síndrome dos Ovários Policísticos
Dentre os fatores ovulatórios que dificultam a gravidez, a síndrome é a mais recorrente — acomete cerca de 10% de todas as mulheres e 75% das inférteis. A doença causa cólicas, menstruação irregular, pele oleosa, acne e obesidade. Ela é caracterizada pela falta de ovulação e pelo excesso de hormônios masculinos, como a testosterona. "Para quem tem a síndrome e quer engravidar, o tratamento é feito com medicações indutoras da ovulação", explica o ginecologista Eduardo Motta, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e sócio-diretor do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva.

Peso (de mais ou de menos)
Índice de massa corpórea (IMC) acima ou abaixo do recomendado: os dois cenários podem atrapalhar a fertilidade feminina. Os hormônios que chegam até os ovários e atuam no sistema reprodutor das mulheres precisam, necessariamente, da ajuda da gordura para trafegar no organismo. Tanto o excesso de gordura quanto a falta dela alteram o funcionamento do metabolismo, comprometem a ovulação e desregulam a menstruação.

Endometriose
A endometriose, que afeta de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva, consiste no crescimento do tecido que reveste a parede interna do útero (o endométrio) em locais como ovários, bexiga e intestino, podendo causar inflamação nas trompas e na cavidade abdominal. Os sintomas comuns são cólicas menstruais fortes, dor na relação sexual e alterações urinárias e intestinais durante a menstruação. "Alguns remédios controlam a doença. Mas, para quem pretende engravidar, é comum recorrer à cirurgia", diz João Dias Jr, coordenador clínico do Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, de 
São Paulo.

Problemas com o parceiro
Os motivos que levam à infertilidade masculina são diversos. O mais comum é a varicocele, que se caracteriza pela dilatação das veias de drenagem dos testículos. "A doença é responsável por 40% dos casos de infertilidade nos homens. Sua causa é indefinida, mas sabemos que ela leva a uma deficiência na produção de espermatozoides pelo aumento da temperatura intratesticular, causada pelo acúmulo de sangue nas veias", explica o urologista Marcelo Vieira, titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Outros problemas são baixa frequência do hábito sexual, causas congênitas (como cistos na linha mediana da próstata, que geram obstrução do ducto ejaculatório), doenças infecciosas (como a orquite e a caxumba, que dificultam a produção dos espermatozoides) e exposição a drogas e toxinas (como a quimioterapia e a radioterapia, que levam à lesão do epitélio germinativo, responsável pela produção de espermatozoides).

Desregulação hormonal
Sintomas como ciclos irregulares, mudanças de peso bruscas, alteração de humor e ansiedade podem ser indícios de que os hormônios estejam alterados. A ovulação é controlada por hormônios e depende, também, do bom funcionamento do organismo como um todo. Qualquer desregulação em alguma glândula secretora, como na tireoide, pode levar à dificuldade de engravidar, já que a ovulação fica deficiente.

Doenças sexualmente transmissíveis
As DSTs podem inflamar o útero e as trompas de falópio (por onde se passa o óvulo). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10 a 40% das mulheres que não trataram doenças como gonorreia ou infecção por clamídia (bactéria que atinge a uretra e as áreas genitais) possuem uma inflamação na pélvis, que dificulta a gravidez. No caso dos homens, a gonorreia pode obstruir o sistema ductal, por onde os espermatozoides saem.

Ansiedade e stress
Fatores emocionais, principalmente a ansiedade e o stress, modificam o funcionamento do hipotálamo — mais precisamente da glândula hipófise, que secreta hormônios importantes para a ovulação, como a gonadotrofina e a prolactina. "É importante lembrar que o stress pode agravar outros problemas já existentes na mulher, como alguns fatores ovulatórios", explica Dias Jr.

Idade
 As mulheres nascem com uma reserva de óvulos, que começa a diminuir logo que elas saem do útero da mãe. Aos 25 anos, mais de 70% dos óvulos já se foram e, aos 30, mais de 80%. No 35º aniversário, restam menos de 10% da reserva — nessa idade, a chance de gravidez é de 25%, caso não haja nenhum outro fator limitante. Dos 36 aos 40, a probabilidade cai para 15 a 20%.
Se for necessário recorrer à reprodução assistida, uma das técnicas é a inseminação intrauterina, que induz e controla a ovulação, além de injetar os espermatozoides direto no útero. Outra opção, para aquelas com menos chances de engravidar, é a fertilização in vitro, o chamado bebê de proveta. O método fecunda o espermatozoide em laboratório e insere os embriões no útero.

Miomas
Os miomas são tumores benignos que se formam no útero sem causa determinada. Mais comuns em mulheres de 30 a 40 anos, eles alteram a parte interna do útero, dificultando a ovulação e a concepção. "A retirada do mioma por meio cirúrgico deve devolver ou aumentar a capacidade reprodutiva da paciente", afirma o ginecologista Jonathas Borges, especialista em fertilidade e reprodução humana do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Cirurgia no ovário
O motivo mais comum para esse procedimento é a retirada de cistos no ovário, que se formam quando o folículo (onde o óvulo se desenvolve) não consegue liberar o óvulo constituído. "A cirurgia reduz a quantidade de óvulos", afirma Dias Jr. Técnicas de reprodução assistida, como a indução de ovulação, pode ser uma opção para facilitar a concepção.

Tratamento de câncer com quimioterapia
A quimioterapia, além de destruir as células cancerígenas, pode comprometer o bom funcionamento do sistema reprodutor. Os compostos químicos atacam o corpo inteiro, incluindo os óvulos, dificultando a gravidez. A indicação é recorrer a uma técnica de reprodução assistida.

Endometrite
A endometrite é caracterizada pela infecção do endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero, e se manifesta com sintomas como dores na região pélvica, febre, mal-estar, sangramento secreção vaginal anormais. Após um tratamento com antibióticos, a paciente volta a ser fértil.

Infecções ginecológicas e pélvicas
Existem fatores que comprometem a permeabilidade das trompas e atrapalham a chegada e a fixação do esperma para a fecundação. "Infecções pélvicas e ginecológicas, se não tratadas, podem danificar a aderência da trompa para a concepção", afirma Eduardo Motta. Manter os exames ginecológicos em dia ajuda a afastar problemas. Na maioria dos casos, o tratamento é feito com o uso de medicamentos via oral.

Contraceptivos injetáveis
 Os métodos contraceptivos injetáveis deixam o muco cervical mais espesso, impedindo a passagem dos espermatozoides. Mulheres que usaram injeções recentemente (de seis meses a um ano, período em que o medicamento afeta a fertilidade feminina) devem consultar um ginecologista antes de tentar engravidar, para não ter falsas ilusões. "O remédio pode ficar mais tempo no organismo. Quando ele perde o efeito, a mulher torna-se fértil novamente", diz Dias Jr.
A pílula anticoncepcional, vista por alguns leigos como prejudicial à fertilidade, pode ser, na realidade, uma aliada da cegonha. Quem toma pílula tem menos chances de desenvolver pólipos, endometriose e espessamento no ovário, fatores que dificultam a gravidez. "Após a interrupção do anticoncepcional, o ciclo ovulatório se normaliza e a mulher já tem potencial fértil imediato", explica Marcelo Vieira.

Fatores idiopáticos
Os fatores idiopáticos, que acometem homens e mulheres, são aqueles desconhecidos pelo médico, mesmo após uma completa investigação diagnóstica. "Na maioria dos casos, esses fatores têm causas genéticas que não conseguimos identificar. Nesses episódios, a reprodução assistida é o melhor método", diz Dias Jr.
Fonte: veja.abril.com.br/noticia/saude/15-causas-que-impedem-um-casal-de-engravidar

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